The Play

O segundo trabalho, iniciado em março de 2004, foi a construção de videoprojeções para o Espetáculo The Play, o primeiro reality show de teatro contemporâneo realizado no Brasil, coordenado pelo diretor teatral Alan Castelo. Para a composição dos vídeos, foram impostas as seguintes regras:

a) Todos os elementos deverão constituir uma total desconexão entre si, ou seja, cada um será criado aleatoriamente, tendo apenas o tempo como referência nessa justaposição.

b) Uma das características do cinema contemporâneo é a percepção de que as contradições criam velocidade. Sugiro que abordem este trabalho de uma forma verdadeiramente diferente dos seus trabalhos anteriores.

C) A cor predominante é o verde, e as imagens devem fazer referências à tecnologia e às novas mídias.

Com trilhas superpostas, foi possível formar uma imagem a partir da colagem de muitas outras. Para retratar o contemporâneo, foram selecionadas imagens de tecnologia, utilizando vídeos e fotos de baixa resolução da internet. As imagens foram aceleradas para transformar o que Deleuze chama de “imagem-ação” em “imagem-tempo” pela alteração de velocidade, apressando todas as imagens.

Imagem do videocenário The Play

Imagem do videocenário The Play

Imagem do videocenário The Play

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Após a edição, o vídeo The Play foi exibido para 50 pessoas. Depois da apresentação, perguntou-se aos espectadores a duração do tempo do vídeo, a fim de saber se o objetivo foi alcançado. Duas pessoas disseram que o vídeo tinha a duração inferior a três minutos. Três  disseram que o trabalho tinha três minutos.

No entanto, a maior parte dos entrevistados (46) percebeu a duração do vídeo apontando valores entre quatro e oito minutos. Algumas respostas chegaram ao tempo de 12 minutos. Portanto provou-se, na prática, que o tempo de duração de uma obra audiovisual é relativo e pode ser controlado por meio de técnicas de criação e composição.

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